… apesar do grande intervalo de tempo sem publicações eu não parei de traduzir as tiras. Entretanto, mesmo em época de férias, estou muito atarefado, fazendo estágio escrevendo monografia e etc. Logo não tenho tido muito tempo para traduzir o Nemo. Apagar os balões de fala e reescrever o texto em português me toma muito tempo, assim como a tradução em tiras que tem muito texto. Mas em breve vou poder estar conseguindo publicar mais tiras aqui.
Um abraço pra quem lê.
E pra não dizer que não teve nada interessante aqui, vejam a música para piano “Nemo Sleeps” baseada no gibi e feita por John Liberatore:
Uma das homenagens mais óbvias a Little Nemo in Slumberland é a que Alan Moore, J. H. Williams III e Mick Gray fizeram em sua HQ Promethea. Nesta obra há uma personagem, a Promethea, que existiu em vários planos distintos, variando entre contos medievais de literatura de pulpa, histórias em quadrinhos para crianças publicadas no início do século e outros mais ou menos inusitados. Curiosa e incidentalmente esta história em quadrinhos em que a personagem figurava é publicada em 1905 (ano em que Little Nemo começou a ser publicado) e as semelhanças com Nemo não param por aí.
Segue uma página do gibi dentro do gibi:
Promethea, como todos os trabalhos do Moore, é algo que deve ser lido. Eu teria ânimo para traduzir as tiras de Little Margie e publicar aqui, entretanto para não infringir nenhuma lei de direitos autorais não o farei, mas se tiverem curiosidade, existem edições em português de Promethea, embora eu não saiba se completas, mas a edição em português que eu li, não vinha com as histórias da Little Margie, infelizmente.
Em 1989 após anos de produção marcados por numerosas desventuras, o filme Little Nemo: Adventures in Slumberlend (“O Pequeno Nemo” no Brasil) foi lançado no Japão. Baseado nas tiras do Nemo, este filme foi feito em parceria entre o estúdio japonês Tokyo Movie Shinsha e o norte-americano Hemdale Pictures.
Não consegui encontrar nenhum trailer do filme no youtube (embora tenha encontrado o filme todo lá), mas este vídeo tem algumas cenas bem legais do filme, e é também um mini-resumo do filme todo:
Antes de seu lançamento o filme teve vários roteiristas e possíveis diretores (um deles Isao Takahata do grande estúdio Ghibli). A direção do filme acabou por ficar nas mãos de Masami Hata e William T. Hurtz, enquanto o roteiro final foi creditado a Richard Outten e Chris Columbus, roteirista de uma pilha de filmes dos anos 80 que você viu na Sessão da Tarde e, mais recente e famosamente, conhecido pela direção dos primeiros dois filmes da série Harry Potter.
O filme tem toda uma estilização de anime, inclusive o Design dos personagens o que tornou alguns deles quase irreconhecíveis. Há personagens que foram inteiramente descaracterizados, como o Professor, um personagem que parece ter sido inspirado no Dr. Pílula (mas aqui ele é alto, magro e gentil). O Flip foi transformado em um adulto, mas sua aparência e personalidade se conservam, e alguns outros personagens que aparecem com mais ou menos destaque uma ou outra alteração, mas quase sempre em sua aparência. O que não é algo ruim, o character design do filme é muito bom, e a descaracterização de uma ou outra personagem pode ser bastante positiva para o enredo de uma adaptação.
E aí entra a minha primeira decepção com este filme: O enredo. Ele explora muito menos do que poderia da Terra dos Sonhos. Ainda que a ambientação seja boa, e vários cenários e objetos que figuram nas tiras apareçam aqui, eles são mal usados, e as tramas das tiras que poderiam ter sido usadas para dar liga ao filme são preteridas à um roteiro bobo (Nemo liberta sem querer um pesadelo que sequestra Morpheus e a Princesa e este deve ir até a pesadelolândia salvar o rei).
Os sonhos de Nemo parecem ser um reflexo da sua carência afetiva: Aqui Nemo é premiado com a comum tragédia de ficção estadunidense onde o filho recebe pouca atenção do pai que é sempre muito ocupado com o trabalho. Para compensar isso, Morpheus age sempre como se fosse um pai para o garoto, tornando-o seu herdeiro e brincando sempre com ele, até que no fim do filme vem o momento solene de redenção (já visto em dezenas de outros filmes) em que o pai do guri resolve atender ao pedido do garoto e levá-lo ao circo.
O filme é moralista em relação ao fumólatra Flip, que como foi dito anteriormente é transformado em um adulto, e é deliberadamente censurado por seu hábito de fumar, sendo proibido duas vezes ao longo do filme de fumar seus charutos (sendo que a segunda proibição é uma sentença perpétua executada por Nemo).
Apesar da trama comum o filme é bastante divertido. Imagino que teria sido melhor ainda se assistido no contexto da época em que foi lançado. Mas fico com a sensação de que gostaria mais ainda de uma colagem das tiras em animação. Mesmo com o subaproveitamento das tiras, há diversas historinhas que são reproduzidas parcialmente em momentos do filme, e lugares marcantes aparecem como os jardins da Princesa (que aqui ganha o nome de Camille) e até mesmo o Salão da Confusão.
O filme gerou também um game para NES intitulado Little Nemo: The Dreamaster (Pequeno Nemo: Mestre dos Sonhos):
E uma pequena amostra do que o filme poderia ter sido nas mãos do Ghibli Studio:
Se estiverem interessados em saber mais sobre o filme o podcast Jwave fez um review bem legal sobre ele. Segue o link:
Tira originalmente publicada em 07 de janeiro de 1906 em Paris. Clique na imagem para visualizar no issuu.
Os meus 3 ou 4 leitores regulares devem ter notado que esta semana eu praticamente não publiquei nenhuma tira nova. Isso se deve a alguns problemas que tive com o meu provedor de internet. Fiquei sem acesso durante toda semana e, por consequência, sem conseguir publicar nenhuma tira. Mas este empecilho menor já foi solucionado, voltamos agora a programação normal. Ou quase isso, já que a tira que publico hoje é digamos… apócrifa.
A tira do post, como podem ver, segue o modelo antigo de tira do Winsor McCay com texto acompanhado os quadros. Não por que ele tenha decidido voltar a publicar assim, mas porque esta tira é de janeiro de 1906. A própria história da tira ainda faz parte do primeiro arco do Little Nemo em que ele ainda tentava chegar à Terra dos Sonhos para encontrar a princesa.
Eu a descobri por acaso e não a publiquei aqui antes por que ela não fazia parte da coletânea a qual tive acesso. Isso por que esta tira não foi publicada nos Estados Unidos, apenas na Europa. Não sei bem os motivos disto, mas para garantir que um dia eu consiga de fato traduzir todas as tiras do Little Nemo in Slumberland, publico aqui esta tira agora.
Revirando alguns arquivos antigos no meu computador encontrei esta foto do FIQ do ano passado em que estavam expostos vários quadrinhos antigos e raros. Entre eles uma página do The New York Herald em que era publicado as tiras do Little Nemo in Slumberland.
Esta página de mais de cem anos é a tira de número 24 publicada aqui no blog em janeiro deste ano:
Saio um pouco da programação normal de publicações para postar este videoclipe feito inteiramente com imagens retiradas das tiras do Nemo. Encontrei por acaso enquanto pesquisava outros trabalhos do McCay no Comic Strip Library.